Circular n. 006/2011
Belém, 20 de abril de 2011
Aos Centros Acadêmicos e comissões de formatura da UFPA
Os esforços e os debates realizados pela diretoria de cultura do DCE com o conjunto do movimento estudantil da UFPA a cerca do fim do caráter opressor do material impresso (cartazes) de divulgação dos “forrós”, bem como das músicas executadas durante os mesmos, tem gerado resultado. É positivo quando se observa que ampla parcela da comunidade compreendeu que não é necessário imprimir nos cartazes um corpo feminino seminu e associá-lo à cerveja para atrair público ao Vadião. Sem a apelação machista o sucesso dos “forrós” segue garantido. Contudo, esse êxito na política de combate às opressões na UFPA ainda não conseguiu atingir a consciência de quem opera a aparelhagem de som durante as festas. Parecem normais músicas cujas letras registram as expressões “viadinho”, “mulher gosta de piroca”, “eu era feio, agora eu tenho carro” etc. Como se não bastasse, agora os DJs estão promovendo concurso para escolher a melhor dançarina de música funk, oferecendo, inclusive, duas caixas de cerveja como prêmio. Tais práticas expõem mulheres, homossexuais e pobres, fortalecendo a ideologia dominante que impõe ao senso comum o preconceito e a opressão a fim de retardar a emancipação humana. Diante do exposto, o DCE solicita aos organizadores de festas na UFPA que exijam dos DJs rigorosa seleção musical, que não permitam concursos de cunho opressor, que sejam criativos na divulgação, sem apelação sexual, e que assim colaborem com o fim da opressão nos campi da Universidade e no mundo.
Atenciosamente,
Diretório Central dos Estudantes/UFPA
Nenhum comentário:
Postar um comentário